quinta-feira, 7 de maio de 2009

Uma singela homenagem às mães

"Há algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão duvidoso e incerto, de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, me desfazer de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos."

René Descartes (1596-1650)



Estamos próximos da comemoração do dia das mães, nada melhor do que refletirmos sobre nossas próprias mães, sobre nós mesmas (para aquelas que já trilham essa jornada e para quem ainda trilhará... como eu...) e também sobre nossas crianças.

Mãe é uma palavra mágica, cura a dor, cura a solidão, em todos os lugares do planeta a mãe sempre representa um lugar de honra na família, poderíamos dizer até que é sagrada.

Em nossa sociedade, precisamos observar com atenção o que estamos fazendo com nossas crianças, as mães normalmente são atentas, mas existem inúmeros meios das crianças serem atingidas por informações distorcidas e acabarem tendo seus valores, postura e princípios igualmente distorcidos, tornando-se adultos imaturos e inconsequentes. Na verdade, em conversas com meus colegas professores, percebemos que vivemos as consequencias de uma geração que não sabe muito bem o que significa respeito aos mais velhos, aos doentes, aos animais, à natureza, aos professores, precisamos resgatar nossas crianças enquanto é tempo.

A escola transmite conhecimento, mas valores e princípios é obrigação da família. E isso sabemos que as mães podem transmitir com maestria.

Não posso deixar de citar o maravilhoso trabalho desenvolvido pelo Geledés chamado "Promotoras Legais Populares - Capacitação de Lideranças Femininas Populares", do qual tenho a honra de participar nas aulas de filosofia e cidadania. Trata-se um projeto que tem por objetivo a capacitação legal de lideranças comunitárias femininas em direitos humanos e das mulheres, no sentido de multiplicar informações nesses temas; instrumentalizar e fortalecer a busca da cidadania e acesso à justiça.

Os cursos realizados revelaram lideranças femininas em direitos humanos e direitos das mulheres que hoje atuam como educadoras, agentes de cidadania e que tem atuado na solução de inúmeras outras mulheres em questões que até então supunham depender da ação de um advogado como: pensão alimentícia; separação; aposentadoria, investigação de paternidade, violência contra a mulher, etc...

Foi com muita satisfação e emoção que assisti, no último dia 25 de abril, na Câmara Municipal de São Paulo, a formatura de mais uma turma das Promotoras Legais Populares do núcleo do Hospital São Matheus, parabéns a todas vocês que venceram mais um desafio, e tenham certeza que este será o primeiro de muitos outros, e agora, com mais responsabilidade, porque vocês tem mais conhecimento, deixo aqui um grande e afetuoso abraço.

Nessas datas gosto de lembrar de nossas origens, portanto, não posso deixar de mencionar BARTIRA, índia tupiniquim considerada uma das "mães do povo brasileiro", afinal, foi seu casamento com o português João Ramalho que viabilizou o processo de colonização.

Ela era filha do cacique Tibiriçá, o mais importante chefe indígena da capitania de São Vicente. Bartira e João Ramalho tiveram muitos filhos e filhas, que casaram com importantes e influentes homens da capitania. Joana Ramalho, por exemplo, se casou com o capitão-mor Jorge Ferreira, que construiu a Fortaleza de São Felipe, em Bertioga.

O povoamento do planalto de Piratininga (nossa querida São Paulo) foi feito a partir do assentamento luso-tupiniquim comandado por Bartira, João Ramalho e sua extensa prole. Convém lembrarmos que ainda tivemos outras mães: Catarina Paraguaçu e Maria do Espírito Santo Arco-Verde.

Para saber essas e outras histórias sobre as maravilhosas mulheres brasileiras recomendo a leitura de: "Dicionário Mulheres do Brasil", um trabalho muito acurado organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, publicado por Jorge Zahar.


Para finalizar, uma homenagem à todas as mães, por tudo que fazem por seus filhos e famílias, mas especialmente à minha mãe, por tudo que sou e pelos valores que tenho, por ensinar a importância de ser mãe, de trabalhar fora, de ser mulher, esposa, guerreira nas épocas difíceis, de não deixar a "peteca cair", de conciliar interesses conflitantes e reconciliar pessoas, amigos e parentes. Espero um dia ser mãe e conseguir fazer o que você sempre conseguiu...


Mão de Mãe
Tu te lembras, mamãezinha,
Daquela criança arteira
Tentando correr sozinha,
Soltando da tua mão?
Dos dois pezinhos trementes
Tropeçando na poeira?
Da queda sem precedentes
E do joelho no chão?
Lembras do choro fingido?
O teu beijinho era cura...
Teu filho não se esqueceu:
Hoje em
dia, já crescido,
Quando cai ainda procura
A mão que sempre o ergueu.

07/05/2007 *

*extraído de http://sitedepoesias.com.br

10 comentários:

Débora Dalborgo disse...

Parabéns, Sabrina!!!
Estou adorando seu blog, que possui diversas informações interessantes, poesias e mensagens lindas, como esta do Dia das Mães. A mensagem é linda e a poesia de Ederson Peka, nos faz voltar no tempo em que fomos crianças, e hoje, adultos, continuamos em busca do amor incondicional de nossas Mães, que são únicas e belas para cada um de nós.
Bjs,
Débora Dalborgo

Carmen Lúcia disse...

Querida filha,
Obrigada por essa homenagem à mães e especialmente á mim. Obrigada port todos os cartões desenhados à mão, recortados, colados pintados, por todas as cartinhas e por todas as lembranças.
Saiba que tenho muito orgulho de você e de tudo que você conseguiu. Trabalhou e estudou muito pra isso, mas orgulho-me ainda mais pelo ser humano que você é. O sucesso é suplementar, pois você é especial para mim, faça o que fizer. Estamos unidas uma à outra, desde o momento em que nossos corações batiam juntos. É um elo mais forte do que a própria vida. Não tenho mais o dom de curar suas dores com um beijinho, mas você tem o meu amor e a certeza de que estarei sempre por perto. Desejo -lhe tudo de bom que o mundo pode lhe oferecer, mas principalmente, que você sempre acredite no valor do ser humano, incluindo você e mais que tudo, que você tenha um filho ou uma filha como você.
Beijos no coração.
Mamãe.

cida godoy disse...

Oi Sabrina:

Adorei o texto! Muito bonito e sensível É muito bom saber que está envolvida em movimentos sociais. Parabéns!

Um feliz Dia das Mães junto à sua mãe querida.

Bjs

Sonia Maria disse...

Querida amiga,
Que linda homenagem, muito obrigada, vou repassar à todas as suas alunas.
Um grande abraço e mais uma vez. obrigada.
Sonia Maria.

Anônimo disse...

Gostei da sessão de desaparecidos.

daniela disse...

professora, adorei o blog, lembro de Descartes em suas aulas na Italo, mas não entendi direito falar dele no dia das mães... Eu acho que é para pensar que podemos estragar as crianças, estou certa? Fiquei curiosa agora.
Daniela - ex aluna

Sabrina Noureddine disse...

Gostei que Descartes conseguiu criar uma reflexão sobre o papel que todos nós desempenhamos na formação das crianças...

Thaysa Ramos disse...

Ai Sabrina, amei...mas como ainda estou " melancolica" fiquei com mais saudades ainda da minha mainha....parabens pelo blog, lindo! Xeros

Enéias Teles Borges disse...

Oi, Sabrina!

Passei para visitar seu blog. Parabéns e grato pela visita ao meu.

Enéias

Anônimo disse...

Nossa amei. Se soubesse que tinha tantas coisas boas tinha entrado antes. Aí vai uma mensagem que acabei de ler:
Frase de Satre

"Não importa que fizeram de voce, mas o que voce faz, com o que fizeram de voce"