quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ladrão processa vítima: acredite se quiser...


O assaltante Wanderson Rodrigues de Freitas, de 22 anos, se sentiu injustiçado e humilhado porque apanhou do dono da padaria que tentava assaltar. O crime ocorreu na Avenida General Olímpio Mourão Filho, no Bairro Planalto, Região Norte de Belo Horizonte, por volta das 14h30 de uma terça-feira.


Wanderson chegou ao estabelecimento e anunciou o assalto. Ele rendeu a funcionária, irmã do proprietário, que estava no caixa e conseguiu pegar R$ 45,00. No entanto, quando ia fugir, foi surpreendido pelo dono da padaria: "Estava chegando, quando vi minha irmã com as mãos para o alto. Já fui roubado mais de 10 vezes nos sete anos que tenho meu comércio. Quatro dias antes de esse ladrão aparecer, tinha sido assaltado. Não pensei duas vezes e parti para cima dele. Caímos da escada e, quando outras pessoas perceberam o que estava acontecendo, todos começaram a bater nele também. Muitos reconheceram o ladrão como autor de outros assaltos da região", conta o comerciante.


A ação em tramitação no Fórum Lafayette , em Belo Horizonte é uma queixa-crime apresentada por lesões corporais contra a vítima- o comerciante, por ter reagido durante o assalto, provocou surpresa até mesmo nos meios jurídicos e foi classificado como uma "aberração" pelo juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo, da 2ª Vara Criminal, que suspendeu a ação.


Em sua decisão, o juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo considerou o fato de um assaltante apresentar uma queixa-crime, alegando ser vítima de lesão corporal, como uma afronta ao Judiciário. O magistrado rejeitou o procedimento, por considerar que o proprietário da padaria agiu em legítima defesa. Além disso, observou que não houve nenhum excesso por parte da vítima. O magistrado avaliou que o homem teria apenas buscado garantir a integridade física de sua funcionária e, por extensão, seu próprio patrimônio. "Após longos anos no exercício da magistratura, talvez este seja o caso de maior aberração postulatória. A pretensão do indivíduo, criminoso confesso, apresenta-se como um indubitável deboche", afirmou o juiz.


Sou advogada há 14 anos e nunca tinha visto nada assim...



Você concorda com o juiz ou acredita que o ladrão está correto em pedir indenização e queixa-crime contra sua vítima? Qual sua opinião?



Participem do Outubro Rosa e da ABRALE.


Abs.



Fonte: Ingrid Furtado - 26/01/09


10 comentários:

Ricardo Cluk de Castro disse...

Olá Sabrina,

Eu não posso dar minha opinião por escrito a esse respeito, senão eu é que acabo sendo processado por algum orgão de defesa dos direitos dos criminosos.

Como já foi dito por alguém: o mal prospera porque o bem permite.

Nossa justiça (sociedade) é leniente com a criminalidade. Se todos pensassem como eu, praticamente não existiriam assaltantes a mão armada, traficantes, estupradores, assassinos profissionais...

MARCELO GIL disse...

O Leis do Processo Criminal no Brasil fazem com que certas pessoas queiram debochar da Justiça.

Esse assaltante, provavelmente não entrou com uma ação sozinho, deve ter um advogado que o represente.

Nesse sentido Sabrina, é que a sociedade brasileira esta ficando cansada. Maus profissionais dizendo-se guardiães da Lei e da Justiça.

A OAB tem de têr mecanismos internos para coibir esse tipo de atitude.

Não é possivel "imaginar" que esse elemento não tenha pago a queixa-crime ao causídico.

Pior seria, se soubessemos, que esta ação foi patrocinada de graça, com vistas a eventual ação de reparação moral.

Será ???

Forte abraço Sabrina.
Sucesso, saúde e paz.

MARCELO GIL.
São Paulo, 22.10.2009.

Andresa Ap. Varize de Araujo disse...

Onde está a justiça???????
Melhor dizendo como pode um promotor ou o juiz aceitar tal processo??????

Um otimo dia
Bjs
ANdresa

Jenifer&Jerferson disse...

Realmente é bizarra a ação interposta pelo assaltante. No fundo é um deboche com a justiça tão lenta e ineficaz.

Sabrina Noureddine disse...

Jenifer e Jeferson,
Creio que todos nós achamos um absurdo!!!
Obrigada pela visita e pela opinião.
Volte sempre!!!
Abs.

Sabrina Noureddine disse...

Andresa,
Creio que todos tivemos o mesmo sentimento, né?
Nossa Constituição, para nos dar maior garantia contra abuso de autoridades (o que é ótimo!!! Perigoso é o pessoal que está querendo uma nova Constituição...), permite que qualquer um de nós peça o que quiser, e esse foi o caso...
Óbvio que o juiz extinguiu o processo!!!
Obrigada por sua presença constante, fico animada em continuar escrevendo...
Abs.

Sabrina Noureddine disse...

Concordo com vc Marcelo, algum advogado concordou com o pedido para que assinasse a petição...
Valores, o mundo precisa repensar sobre as virtudes, os valores essenciais da sociedade...
Abs.

Sabrina Noureddine disse...

Ricardo, obrigada por sua sinceridade, o que me motivou a postar sobre Rui Barbosa...
O mundo precisa de que cada vez mais gente pense e tome atitudes, mudaremos, um dia...
Abs.

Mariza disse...

É... onde vamos parar? Absurdo mesmo.
Abraço

Mariza :-)

Mariza disse...

PS: vc viu aquele caso onde Deus foi processado?