domingo, 25 de abril de 2010

IRRESPONSABILIDADE AMEAÇA O PRESENTE E O FUTURO DA PUC


As últimas semanas foram de muito trabalho mesmo: negociações, visitas à clientes, provas e trabalhos para corrigir ufa!!! O que acho ótimo!!! Mas acabei não conseguindo atualizar o blog como gostaria... Entretanto, começa uma nova fase no blog: a das colaborações, afinal, completamos UM ANO, quem diria, hein? Com muitas sugestões, participações e agora também, parcerias... Quem tiver interesse, entre em contato, ok?


Agradeço a todos os que nos visitam, participam e colaboram com os temas de discussão, com suas opiniões e a divulgação das ideias, creio que o futuro de todos nós está na incessante colaboração de todos na divulgação de temas de interesse coletivo, pois somente assim teremos um mundo melhor.


Esse texto, praticamente um desabafo, ao qual me filio depois de tanto tempo negociando..., foi escrito pelo colega Luiz Antonio Barbagli, presidente do Sindicato dos Professores de São Paulo:



Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos?
(Podres Poderes, Caetano Veloso)


Como se não bastassem os inúmeros e graves problemas que a Igreja enfrenta no mundo todo, vem da Fundação São Paulo mais um exemplo da incompetência arrogante com que os destinos da PUC são administrados. Sou forçado a acreditar que estamos diante de uma cultura da má gestão, erguida secularmente em nome de um poder que se pretende absoluto e que não deve satisfações a ninguém, ainda que seu exercício seja sempre um atestado de autoritarismo e de injustiça.


A PUC-SP tem uma dívida com seus professores desde 2005. O montante disso equivale hoje a cinco salários atuais de cada um dos docentes que lecionava na instituição a partir naquele ano. Além disso, deve também a aplicação do percentual de 7,66% a partir de março de 2010 para que o passivo dessa dívida seja zerado (sem contar o índice negociado neste ano com o SEMESP, que é o sindicato dos mantenedores do ensino superior). Não é uma coisa pequena: neste momento, a soma chega a R$ 53 milhões. Qualquer empresário sabe que com um número desses não se brinca...


O que fez a Fundação São Paulo? Em primeiro lugar, tratou com desdém todas as propostas diligentemente estudadas pela APROPUC e pelo SINPRO-SP, cujo objetivo era encontrar uma solução para o problema - que não é apenas salarial; é institucional. Em segundo lugar, resolveu agir como agem sempre os empresários truculentos e gananciosos: propôs que os professores aceitem individualmente 60% da dívida e um reajuste de 1% a partir de agora.


A má fé dessa proposta pode ser demonstrada facilmente: caso assine o "termo de acordo", o professor estará abrindo mão de dois salários devidos e de um equivalente a 90% de um salário todos os anos, decorrente da proposta de aplicação de apenas 1% de reajuste no lugar dos devidos 7,66%. Aliás, neste caso, a intenção dos gestores beira ao ridículo: pela isonomia salarial, todos os docentes teriam, direito ao mesmo reajuste, tenham ou não assinado o acordo.


Nada disso, no entanto, livra a Fundação da dívida, já que o Sindicato dos Professores de São Paulo, na condição de substituto processual dos docentes, vai ajuizar ação contra a mantenedora para cobrar o que é devido. Na hipótese de que o resultado seja favorável aos professores, ainda que a FSP possa usar os "acordos" individuais como recurso, não será difícil demonstrar que estamos diante de uma coação que dificilmente seria aceita na Justiça e que só recebe o nome que tem por puro eufemismo. O mais grave, no entanto, é que o "termo" apresentado aos professores afirma que, nessa condição, os 60% recebidos agora teriam que ser devolvidos "de forma corrigida", isto é, os professores passariam da condição de credores à situação de devedores.


Já em relação ao índice de 7,66%, ele seria devido a todos os professores de qualquer forma, tenham ou não assinado o "termo de acordo". Pela isonomia salarial, qualquer percentual de reajuste deve valer para todo o corpo docente.


Dizer que a Igreja age de má fé é um paradoxo formal, mas não se trata apenas disso. Nas sucessivas rodadas de negociações que a APROPUC realizou com a FSP, os representantes dos professores fizeram ver aos mantenedores da Universidade o risco que representa jogarpara a frente um débito trabalhista dessa ordem (que se acrescentaria a outros já existentes, alguns decorrentes de decisões da Justiça Trabalhista), eventualmente com ameaças à própria sobrevivência da instituição. A resposta a essas ponderações é o que se vê agora: uma jogada que só se explica pela presunção de infalibilidade, mas também pela irresponsabilidade manifesta pelos dirigentes da Fundação quanto ao futuro da PUC-SP.


Os professores não devem assinar o "termo de acordo". Não devem fazê-lo não só porque ele é lesivo financeiramente aos seus próprios direitos e interesses, nem mesmo recebendo em troca indulgências diversas para seus pequenos e grandes pecados. Abrir mão de salários e reajustes devidos é o mesmo que trabalhar de graça, coisa que os membros da Igreja que gerenciam esta universidade não têm a menor idéia do que seja. Mas não devem assinar o "termo de acordo" também porque ele humilha a consciência coletiva e põe uma pá de cal sobre o esforço que a APROPUC e o SINPRO-SP têm feito em nome de todos. Talvez seja isso mesmo o que a FSP quer: um salve-se quem puder meio selvagem, como se a cada assinatura correspondesse uma penitência, neste caso paga por quem perdoa e não por quem é perdoado.


A Fundação São Paulo está errada e desmerece o papel que tem como responsável por uma instituição de ensino como é a PUC. Está errada ainda porque ignora a importância que seu corpo docente tem nas suas tradições de respeito à dignidade acadêmica e profissional.


Por: Luiz Antonio Barbagli - Presidente do SINPRO-SP - SP, 23/04/2010



Qual a opinião de vocês?



quarta-feira, 7 de abril de 2010

7ª Semana Martin Luther King - gratuito



Abertura: Vídeo-diálogo do documentário
Uma Força Mais Poderosa - um século de conflitos não violentos

com Dr. Luiz Henrique Souza Góes


10 de abril - sábado 14h30 a 16h30
Local: Palas Athena - Rua Leôncio de Carvalho, 99 - Paraíso
Entrada Franca

Acredito que em determinados momentos para se tocar as pessoas não adiantam só palavras, temos que dramatizá-las...
Disse Martin Luther King em um programa de televisão durante o conflito racista de Nashville, em 1960, nos Estados Unidos.

O propósito deste encontro é: como disseminar as idéias de Martin Luther King sem ser pelo simples discurso? Como dramatizá-las? Com base no vídeo-diálogo, uma técnica educacional e pedagógica de geração de compreensão e conhecimento na qual se aliam imagem e reflexão a partir dos comentários pontuais do facilitador. Para celebrar a 7ª Semana Martin Luther King, o Dr. Luiz Henrique Goés apresentará o vídeo-diálogo do documentário Uma Força Mais Poderosa - um século de conflitos não violentos como alternativa para tratar dos temas não-violência, ética, tolerância e responsabilidade partilhada.

Inscrições
Para participar da abertura da 7° Semana Martin Luther King os interessados devem confirmar sua presença pelo e-mail flaviafaria@palasathena.org.br ou através do telefone (11) 3266-6188.

Promova atividades para a 7° Semana Martin Luther King

A Semana Martin Luther King é um espaço para refletir sobre as consequências negativas da intolerância, discriminação, segregação, racismo e todos os comportamentos que, ao longo da história, legitimaram a exclusão. Esses danos não atingem apenas as vítimas, mas também os agressores e as comunidades onde se encontram.

É também a ocasião para celebrar os saudáveis avanços conquistados nas últimas décadas, quando se criaram metodologias para expressar indignação e promover reparação e dignidade. Na base desses avanços está, sem dúvida, o alicerce oferecido pela difusão dos Direitos Humanos.

Com tal propósito, convidamos você, organizações, escolas e comunidades do Brasil todo para criar, ao longo do mês de abril de 2010, seus próprios espaços de promoção do convívio e da cidadania, alinhados com os princípios e valores que inspiraram a ação não violenta e os sonhos do líder da conquista pelos direitos civis de pessoas e povos oprimidos.

Como?
Com ações e iniciativas pautadas na cooperação, simplicidade, diálogo e convivência.

Segue abaixo algumas sugestões de atividades e em anexo - como subsídio conceitual dos princípios orientadores desta realização - textos, frases e breve histórico de Martin Luther King. Outros materiais estão disponíveis no site da Palas Athena - www.palasathena.org.br.

Contamos com sua co-inspiração e criatividade!

Solicitamos às organizações, escolas, centros, empresas e movimentos sociais que quiserem aderir à realização da 7° Semana Martin Luther King que enviem a programação de suas atividades para o e-mailflaviafaria@palasathena.org.br

SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Video-diálogo
Utilizar esse importante recurso para promover debates e sensibilizar através de imagens. Para a Semana Martin Luther King o segundo episódio do documentário Uma Força Mais Poderosa - um século de conflitos não violentos é uma excelente ferramenta para fazer uma análise rica e bem documentada sobre os planos e estratégias de movimentos não violentos que acabaram com a segregação na cidade de Nashville (Estados Unidos). O documentário é composto por 6 episódios, foi dirigido por Steve York inspirado no livro Strategic Nonviolent Conflict escrito em 1994 por Peter Ackerman e Christofer Kruegler.

Diálogos
Pautados no pensamento de Martin Luther King, visam promover reflexão sobre seu legado, as múltiplas articulações que adquiriu com as contribuições de seus seguidores e a capacidade mobilizadora que ainda tem para desvendar intolerâncias, discriminações, exclusões, que se incorporaram em nossa mente e atitudes, inviabilizando o reconhecimento de uma origem e destino comum na trajetória humana.
Esse pensar revela nossa intolerância e por outro lado nos capacita a dar conta disso. Não há como fazer frente ao racismo sem essas habilidades. Para essa atividade podem ser utilizados o episódio 2 em vídeo de Uma Força Mais Poderosa - um século de conflitos não violentos, frases de Martin Luther King extraídas do texto A Casa Mundial, e trechos de seu mais famoso discurso, Eu Tenho Um Sonho.

Espaço de expressão
O cálice da paz
Preenche-se o cálice da paz com as "cores" mais variadas de nossos votos, pensamentos, sentimentos e reflexões. Cada pessoa consagra o melhor de si a esse cálice, representando com arte aquilo que quer deixar no altar da vida. O cálice é um símbolo - um elemento artístico, de qualquer natureza - que possa receber frases, desenhos, votos e reflexões nutridas pela convivência em torno do legado de Martin Luther King e aquilo que ele organiza e desperta em nós, para ser depois compartilhado por todos os participantes desse espaço expressivo e "nutritivo".

Trabalhando o símbolo
O símbolo da Cultura de Paz é as mãos entrelaçadas, que representam a troca e o entendimento. Podem ser vistas também como continentes que se abraçam, ou a fusão de pessoas, grupos, vilarejos, a união de norte e sul, a integração das várias culturas, que "se dão as mãos" no mais universal de todos os gestos de paz. Em azulejo ou papel pintamos com suas cores essa figura, compondo uma pausa estética e inspiradora. O símbolo e suas cores encontram-se no site www.comitepaz.org.br

Símbolos africanos
A herança artística da África revela em símbolos gráficos valores civilizatórios de respeito à vida, diálogo, cooperação, acolhimento, interdependência, solidariedade e parceria. Jogos, oficinas, dinâmicas e outras artes e atividades podem utilizá-los para as mais variadas criações.

Caminhada silenciosa
Caminhadas evocando a Marcha sobre Washington liderada por Martin Luther King, que em 1963 colocou mais de 200 mil pessoas nas ruas - ocasião em que proferiu seu mais impactante discurso Eu Tenho Um Sonho. O mundo nunca mais foi o mesmo - o sonho da igualdade despertou sonhadores em todas as partes: África, Índia, Europa e Américas. É importante continuar a alimentar esse sonho até se tornar absoluta realidade.

Plantio de árvores e serviços comunitários
É tradição realizar serviços comunitários para homenagear Martin Luther King. A organização de um plantio de árvores em grupos de voluntários é uma prática usual em algumas partes do mundo para cultivar os valores do líder e pacifista.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Empregado viciado em cocaína




Por mais difícil que seja lidar com uma pessoa viciada é importante que o empregador tenha em mente que o vício em drogas é uma doença catalogada no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde.

Assim sendo, ilustro o problema com o caso de um toxicômano que foi demitido em virtude do vício e que deverá ser imediatamente reintegrado no emprego. Este foi o entendimento firmado pelos juízes da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) no julgamento de Medida Cautelar impetrada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, que buscava impedir a reintegração de um ex-empregado dispensado por justa causa.

Demitido pela "reincidência em faltas injustificadas", o trabalhador entrou com processo na 24ª Vara do Trabalho de São Paulo reclamando que sua dispensa foi arbitrária e discriminatória. Segundo ele, sua demissão teria ocorrido após a ECT tomar conhecimento de seu vício. Em sua defesa, a empresa sustentou que só demitiu o reclamante após concluir procedimento administrativo, "com o intuito de averiguar, em especial, as alterações ilícitas promovidas em atestados médicos (rasuras)".

Sustentando que o viciado em cocaína "carece de cuidados médicos em decorrência de necessidade intransponível e inabalável do uso da substância", o juiz de primeiro grau julgou procedente o pedido do reclamante, aplicando a Lei 9.029/95. A sentença invocou ainda os princípios constitucionais da "dignidade da pessoa humana" e do "valor social do trabalho".

A 24ª Vara determinou a reintegração imediata do reclamante, por meio de tutela antecipada. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 1.000. Contra esta aplicação imediata da sentença, a ECT ingressou com a Medida Cautelar no TRT-SP.

De acordo com a juíza Mariangela de Campos Argento Muraro, relatora da cautelar, "a conjuntura delineada em primeira instância, obrigatoriamente, remete à análise, como requisito indispensável à ratificação da ordem reintegratória, do real estado de saúde do empregado dispensado".

Para a relatora, é preciso considerar o caráter preconceituoso em que a demissão teria se baseado, "bem como os danos irreversíveis que adviriam da exoneração do toxicômano, suscetível de interdição por incapacidade, causando-lhe extrema penúria e inviabilizando fosse albergado no manto protetor da previdência social".

"A situação posta - indiscutivelmente delicada - faz erigir o conceito absoluto da natureza alimentar, eminentemente protecionista, do processo no âmbito da Justiça do Trabalho", observou a juíza Mariangela Muraro.

"Tratando-se de ação em que o trabalhador detém expectativa de obter direito que entende assegurado pelo ordenamento jurídico, devem ser propiciados todos os meios a que o seu anseio não se fruste por fatos outros que não a completa prestação jurisdicional", concluiu. Por unanimidade, a 2ª Turma acompanhou o voto da relatora, julgando improcedente a Medida Cautelar e determinando a reintegração imediata do trabalhador.


Qual sua opinião? Abs a todos.


Fonte: TRT - SP