terça-feira, 29 de junho de 2010

A importância da construção de sua marca



A construção da marca é um assunto importante para o meio empresarial, mas normalmente é deixado para outra ocasião, pois existem muitos gastos e despesas com uma nova empresa, contudo, uma marca forte auxiliará no sucesso do negócio.

Esse texto foi extraído do site do Sebrae devido a sua importância e à didática em que foi escrito. Tendo em vista que recebi alguns emails sobre esse tema, aproveitem!!!

Em breve férias acadêmicas!!! Estou precisando!!!

Abs, Sabrina.


Abri minha empresa respeitando todas as exigências legais. Contratei funcionários capacitados, negociei com bons fornecedores, fixei meus preços de forma adequada, analisei meus clientes, meus concorrentes, estudei o mercado em que irei atuar e o local onde meu estabelecimento se situa, enfim, será que estou no caminho certo para alcançar o sucesso?

Parabéns, claro que sua empresa está no caminho certo para o sucesso! E exatamente por sua empresa estar neste caminho acertado é que você deve começar a pensar na construção da sua marca.

O que é uma marca:

Marca é o sinal, imagem, nome, símbolo que liga um produto ou serviço a uma empresa. Simples, não é mesmo.

O seu registro é efetuado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. As orientações sobre os procedimentos necessários para a realização do registro de uma marca encontram-se disponíveis no site.

Este serviço de registro pode ser feito pelo próprio interessado ou por terceiros. Entretanto, o nosso foco aqui não está simplesmente no registro de uma marca, mas sim no seu processo de construção.

Mas por que tenho que ter uma marca?

Ter uma marca significa ser lembrado por seus consumidores. No caso em análise, de que vale todo o esforço para ter uma excelente empresa se na hora em que o consumidor precisar de um dos produtos ou serviços por ela oferecidos ele simplesmente não se lembrar dela?

É isto que significa construir uma marca. É ser lembrado, diferenciado e preferido por quem te interessa, ou seja, por sua clientela.

E construir uma marca não é só escolher um nome disponível e registrá-lo?

Não, na verdade a construção de uma marca envolve muito mais do que a simples escolha de um nome ou símbolo e de seu registro junto ao INPI.

A construção da marca envolve, também, a análise dos aspectos mercadológicos envolvidos tais como: criação do desenho da marca; compatibilidade com os produtos e serviços oferecidos pela empresa; nome utilizado como marca ser de fácil pronuncia; nome e símbolo que eventualmente representem a marca sejam de fácil memorização pelos consumidores, entre outros.

Além disso, para a construção de uma marca de sucesso é necessário ainda investir na identidade visual do estabelecimento, que vai desde as cores da fachada até o interior do próprio estabelecimento, incluindo seus móveis, equipamentos, instalações.

Tudo isso está envolvido com a construção da minha marca?

Sim, tudo isso, além é claro do estabelecimento de um padrão de qualidade dos produtos e serviços com os quais você irá trabalhar e, também, o investimento na qualidade do atendimento de seus consumidores.

Como nem todas as micro e pequenas empresas têm os recursos financeiros para a contratação dos serviços profissionais necessários para a construção da sua marca, aconselhamos os empresários interessados a utilizarem os serviços e produtos do SEBRAE-SP que, com toda a certeza, irão ajudar muito sua empresa nesta missão.


Boris Hermanson
Consultor Sebrae-SP
Maio de 2010


Fonte: Sebrae

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Demitida quando estava doente consegue reintegração


Oi pessoal, esse caso é bem interessante, trata de uma pessoa incapaz que ingressa com ação após dois anos da demissão, através de seus representantes visando a reintegração ao trabalho por ter sido dispensada por abandono de emprego.

Muito interessante esse posicionamento sobre a prescrição e a possibilidade do ingresso da ação trabalhista.

Estou pesquisando sobre o tema proposto pela Claudia, não esqueci, viu?

Aguardo os comentários, ok?

Abs e Boas Festas Juninas para todos!!!


Demitida quando estava doente consegue reintegração

Anos depois de ser demitida por justa causa, sob alegação de abandono de emprego, uma trabalhadora comprova na justiça que estava incapacitada por problemas mentais e consegue reintegração ao emprego e verbas salariais relativas ao período em que ficou afastada. O caso foi julgado na Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

Contratada pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a trabalhadora foi afastada, no período de abril de 1996 a dezembro de 1998, para tratamento de saúde, por problemas psicológicos e emocionais. Convocada para retornar às suas funções após a alta médica do INSS, em janeiro de 1999, ela não deu resposta à empresa e foi demitida por justa causa, por abandono de emprego, em fevereiro de 1999.

Seis anos depois, já interditada por incapacidade civil, ajuizou, por meio de representantes, reclamação pedindo a nulidade da dispensa. Inicialmente, a sentença do primeiro grau entendeu que seus direitos estavam prescritos, mas o Tribunal Regional da 10ª Região reformou a sentença e decidiu pela nulidade da demissão e a reintegração ao emprego, com o consequente recolhimento de todas as contribuições previdenciárias.

O Serpro interpôs recurso ao TST, alegando que a empregada havia reclamado tardiamente seus direitos. Ressaltou que o INSS lhe deu alta em novembro de 1999, foi convocada para retornar às suas funções, mas não compareceu ao trabalho, motivo pelo qual foi dispensada justificadamente. Afirmou que a sentença de interdição data de abril de 2005 e a reclamação trabalhista foi ajuizada em junho de 2005.

Ao analisar o apelo na Sexta Turma, o ministro Aloysio Corrêa da Veiga informou que a questão trata de discutir a prescrição contra pessoa incapaz, em virtude de doença psíquica, levando em consideração que, no curso do contrato de trabalho, o empregador tinha conhecimento do estado de instabilidade emocional e psíquica da empregada. Lembrou que, conforme constam dos autos, em fevereiro de 1999, um médico da empresa foi até a casa da empregada e não conseguiu diagnosticá-la, por causa de seu estado alterado.

Mas em se tratando de pessoa incapaz, “não corre prescrição, e portanto, há a suspensão do prazo prescricional no momento em que a incapacidade mental se manifestou, nos termos do artigo 198, I, do
Código Civil ”, informou o relator, acrescentando que “os efeitos da declaração de incapacidade mental retroagem ao tempo em que a doença mental se manifestou, e não a partir do momento em que foi prolatada a sentença de interdição, por se tratar de sentença declaratória que somente atesta uma situação pré-existente”.

Em nenhum momento ficou demonstrado que houve demonstração de ânimo da empregada em abandonar o emprego, nem que ela tinha capacidade civil para compreender o teor do negócio jurídico em discussão, como sustentou a empresa, afirmou o relator.

Ao concluir, o relator destacou que “a demissão por justa causa da empregada, na verdade, é consequência da sua limitação para compreender e executar os atos da vida civil, pois não tinha aptidão mental para comparecer à convocação do empregador para a retomada de suas funções. Tampouco poderia propor reclamação trabalhista ou praticar qualquer ato da vida civil à época da demissão, nem à época atual”.

Seu voto foi aprovado por unanimidade na Sexta Turma. (RR-64485-05.2005.5.10.0010)


Fonte: Tribunal Superior do Trabalho




terça-feira, 8 de junho de 2010

A lenta morte da Faixa de Gaza


Oi pessoal, trago aqui outro texto importante para nossa reflexão diante dos últimos acontecimentos no mundo sugerido pela querida amiga Renata Gaspar.

Eu sou contrária a qualquer ato desumano e autoritário, sou solidária aos judeus pelo que ocorreu no holocausto, mas também sou contrária à ocupação das terras de outros povos e nações, como ocorreu no Líbano e ainda existe na Síria e na Palestina.

Sei que é difícil dialogar, mas sou daquelas pessoas que nunca perde a esperança para vivermos num mundo melhor, mais humano, belo e feliz.

Para quem se interessa pelo tema, sugiro o documentário de um judeu americano com o título "Promessas para um mundo melhor", simplesmente excelente !!!

Para assistir um documentário de aproximadamente 05 minutos sobre como vivem os palestinos: clique aqui.


Abs a todos, Sabrina.



É um mar turvo e mal cheiroso aquele do qual devia chegar o maná humanitário composto por remédios, cimento, cadernos, brinquedos e todos aqueles bens que escasseiam na Faixa de Gaza desde 2006, isto é, desde quando Israel começou a sufocá-la lentamente, fechando seus acessos terrestres e isolando-a com um impenetrável bloqueio naval.

"Todos alimentávamos muitas esperanças no navio turco, porque sabíamos que estava cheio de ativistas, e que eles não se deixariam prender facilmente", diz Aziz, que, antes do embargo, administrava uma fábrica têxtil em que trabalhavam 50 pessoas, mas que, em poucos anos, se viu obrigado a fechar por falta de matéria-prima.

Aziz esperava que a chegada da Flotilha Free Gaza concentraria a atenção das grandes redes internacionais sobre o sofrimento do seu povo. "Desse ponto de vista, foi muito bom: nunca como nestes dias falou-se tanto sobre as consequências do bloqueio israelense. E devemos isso aos mártires do 'Mavi Marmara'".

Sobre as casas acinzentadas que costeiam a praia, tremulam algumas bandeiras turcas. O ar está infestado pela fumaça das barracas onde são assadas espigas de milho ainda verdes. Depois do cruel ataque da segunda-feira passada, quando despontou no horizonte a silhueta do "Raquel Corrie", os habitantes de Gaza apenas lançaram um olhar sobre a embarcação. Sabiam que os israelenses também interceptariam aquele cargueiro irlandês. Diz Aziz: "Teria sido humilhante aceitar esses presentes, mas estamos tão diminuídos que não poderíamos recusá-los".

No pequeno porto onde as embarcações dos pacifistas deveriam atracar, muitos pavilhões estão fechados. Pai de dez filhos, Soher Bakir nos explica que, desde que houve o bloqueio naval, não se permite que os pescadores se afastem mais de duas milhas da costa. Por isso, mais da metade da frota de pesqueiros não está trabalhando. "O nosso mar não é mais tão cheio de peixes como uma vez. Por isso, para alimentar minha família, de noite, sou obrigado a me aventurar além do permitido, arriscando minha vida todas as vezes. Quando você supera em poucos centímetros o limite estabelecido, a Marinha israelense atira em você", diz Bakir, que começou a adquirir salmão congelado importado em Gaza pelos vendedores de Tel Aviv.

Ex-combatente das milícias Azzadine el Qassam, o braço armado do Hamas, Hamed Hassan é hoje um dos líderes da organização extremista islâmica. "Inicialmente, os chefes do Hamas eram contrários à chegada da frota humanitária, porque consideravam que seria como pedir esmola. Depois, uma vez ocorrida a inversão política do episódio, mudaram de opinião. Mas atenção: receber as ajudas é também assumir a nossa incapacidade de gerir o embargo de Israel".

Quando lhe perguntamos se é por esse motivo que o Hamas não deixar entrar em Gaza o carregamento do "Mavi Marmara" que os israelenses gostariam agora de entregar aos seus destinatários originais, Hassan responde assim: "Não queremos fazer o jogo de Israel, que com uma mão acaricia os nossos filhos enquanto com a outra tenta te degolar. Netanyahu e os seus ministros gostariam de se fazer passar por benfeitores. Mas se equivocam se acreditam estar fazendo caridade conosco".

Emblemática é a história do pequeno e sorridente Taisir al Burai, cinco anos, tetraplégico desde os quatro por causa de um remédio errado. Segundo os médicos palestinos e estrangeiros que o visitaram, a única oportunidade para fazer com que ele se cure, ou pelo menos melhore, é levá-lo para Israel ou para a Alemanha, ou até mesmo para a Jordânia, enfim, para longe dos decrépitos hospitais de Gaza.

"Há dois anos e meios eu peço ao Exército israelense um visto para sair de Gaza, mas desde então recebi apenas recusas", diz o seu pai, Ramzi, segundo o qual o Estado judeu discrimina os mais pobres, particularmente se muçulmanos, como justamente os habitantes da Faixa de Gaza. O Exército de Israel, porém, deu um visto para a mulher de Ramzi, que lhe permitiria acompanhar o filho ao exterior, a uma estrutura de saúde adequada. "Por que eu não a mando para lá? Porque existe o risco de que, depois da passagem de Erez, minha mulher seja estuprada por um grupo de judeus. Mas poderia também acabar em uma prisão dos serviços secretos israelenses, onde lhe fariam uma lavagem cerebral".

Taisir precisa de remédios que não existem em Gaza. Mas é verdade que escasseiam os remédios na Faixa de Gaza? "Sim, faltam principalmente aqueles para as doenças crônicas, antidiabéticos ou anti-hipertensivos. Temos só aqueles que chegam do Egito por meio dos túneis", explica a farmacologista Ranya al Daouk. "Por isso, é vital que os remédios trazidos pelas embarcações humanitárias cheguem o mais rápido possível, mesmo que, como li em algum lugar, estejam vencidos e mesmo que, quando tenham chegado aos nossos hospitais, sejam distribuídos não com base na necessidade do paciente, mas à identidade do doente".

Assim como os remédios, 80% dos bens de consumo, da farinha às motocicletas, também entram em Gaza pelos túneis, que segundo uma estimativa da polícia egípcia seriam cerca de 1.600. Segundo Mohammed Hassouna, proprietário do supermercado homônimo, isso significa que oito em cada dez comerciantes se dedicam ao contrabando. "Quanto aos outros, são mortos de fome que vivem, ou melhor, sobrevivem com as caixas de alimentos da ONU ou com as dívidas", diz Mohammed. Ele, para dar valor à sua tese, tira de uma caixa um caderno grosso como uma lista telefônica no qual, há quatro anos, marca o nome de todos os seus devedores.


Fonte:
Imagem - http://bradcorban.wordpress.com/2009/03/page/2/
Texto - Jornal La Repubblica, de 07/06/2010
Reportagem - Pietro Del Re
Tradução - Moisés Sbardelotto